Sete passos para o abismo

Semana: setembro 28 a outubro 4

Textos-chave: Lucas 22:61-62 e I Coríntios 10:12

Pedro era um dos doze de Jesus. Ele havia andado com o Senhor por três anos e tornara-se um dos seus discípulos mais íntimos. Colecionou experiências tremendas como andar sobre as águas e ver Jesus transfigurado e cheio de glória no Monte Tabor. Entretanto, houve um momento de grande crise em sua vida espiritual, quando ele praticamente se desviou da fé, negando que seguia a Cristo e mesmo que o conhecia. Esses dois versículos resumem o modo como terminou esse capítulo da sua história: “Pedro chorou amargamente”.

A pior coisa que pode acontecer a um crente é que ele se desvie da fé. Quando alguém que conheceu a Deus esfria espiritualmente e se afasta do Caminho, Satanás vem com fúria sobre sua vida e o encontra sem cobertura. As consequências podem ser irreversíveis. É por isso que a Palavra nos alerta: “Aquele que está de pé, cuide que não caia”.

Entretanto, a queda de um verdadeiro crente quase nunca acontece de repente. Ela é resultado de um processo, uma sucessão de brechas que vão sendo dadas até o golpe final do inimigo. Vamos estudar hoje o que levou Pedro ao abismo, para não seguirmos seus passos…

1. DESATENÇÃO AOS ALERTAS DE DEUS – Lucas 22:31-32 – Pedro foi avisado por Jesus sobre a guerra espiritual que estava se aproximando, mas não deu importância. Esse foi seu primeiro erro… Muitas vezes o Senhor nos alerta através da palavra, dos nossos líderes, de pessoas ligadas a nós, que estamos entrando num caminho perigoso ou correndo riscos. Quando não levantamos a guarda e menosprezamos o poder do inimigo ou do pecado, ficamos expostos – Ler II Coríntios 2:10b-11 e I Pedro 5:8.

2. EXCESSO DE AUTOCONFIANÇA – Lucas 22:33 – Mesmo diante dos alertas do Senhor, Pedro confiou em si mesmo. Ele se sentia melhor que os demais. No relato de Mateus, ele disse: “Ainda que todos estes te neguem, eu nunca te negarei” (Mateus 26:33). Ao invés de humilhar-se e depender da graça, ele confiou na sua carne e acabou sendo traído por ela. Nunca devemos confundir fé com autoconfiança! – Ler Provérbios 16:8 e Jeremias 17:5-7.

3. INDOLÊNCIA NA ORAÇÃO – Lucas 22:39-46 – Orar é um exercício fundamental na vida do cristão. Em tempos de crise e tentação, mais ainda. Quando oramos, demonstramos nossa dependência de Deus, sujeitamo-nos a Ele e quebramos o poder da nossa carne… Jesus mandou que seus discípulos orassem para não serem expostos à tentação, mas eles dormiram (cederam ao cansaço). Foram indolentes e não perceberam o perigo que se aproximava. Esse foi um dos motivos pelos quais Pedro caiu – Ler Mateus 26:41 e Tiago 4:7.

4. TENTATIVA DE LUTAR COM ARMAS CARNAIS – Lucas 22:47-51 – Pedro, ao ver Jesus sendo preso, puxou a espada e cortou a orelha de um homem chamado Malco (isso está relatado no Evangelho de João). Ele achou que a violência seria uma arma adequada e Jesus o repreendeu por isso… Quando estamos numa crise, pioraremos a situação se usarmos armas carnais (violência, agressividade, mentira, ironia, vingança, etc…). A única forma de sermos vencedores é termos atitudes espirituais (a oração, a comunhão com os irmãos, a cobertura dos nossos líderes, o jejum, a meditação e confissão da Palavra de Deus) – Ler II Coríntios 10:4 e Gálatas 6:8.

5. DISTANCIAMENTO DE JESUS – Lucas 22:54 – Seguir Jesus de longe é uma grande armadilha para muitos cristãos. Eles começam intensos, comprometidos, apaixonados, mas num determinado momento passam a dar lugar à frieza. Não oram mais, não leem a Palavra, faltam à maioria dos cultos e, quando, exortados, dizem que está tudo bem. Não sabem, porém, que caminham perigosamente para longe de Deus – Ler Apocalipse 2:4-5 e 3:15-16.

6. EXPOSIÇÃO A RELACIONAMENTO ERRADOS – Lucas 22:55-60 – Precisamos nos relacionar com aqueles que não servem a Deus, para servi-los e dar testemunho do Evangelho. Porém, para isso precisamos estar firmes na fé e cobertos por relacionamentos espirituais. Em tempos de crise, é perigoso distanciar-nos dos irmãos e expor-nos a ambientes e pessoas que não amam a Deus. Foi isso que Pedro fez. Num momento de intensa guerra espiritual, ele buscou a roda dos escarnecedores e foi ali que ele caiu – Ler Salmos 1:1 e Provérbios 2:11-20.

7. ENTREGA À ACUSAÇÃO E NÃO AO ARREPENDIMENTO – Lucas 22:61-62 – Há uma grande diferença entre arrependimento e remorso. O arrependimento é fruto de uma ação de Deus, nos mostrando que erramos e nos chamando a um conserto. O remorso vem pela acusação do inimigo, mas é infrutífero. Pedro, ao perceber que havia negado Jesus, submeteu-se à acusação e, ao invés de juntar-se aos irmãos, confessar seu pecado e retomar a fé, entregou-se ao choro amargo e buscou o isolamento. Isso quase o destruiu espiritualmente – Ler II Coríntios 7:10 e Tiago 5:16.

CONCLUSÃO – Pergunte se há alguém na célula que se sente desanimado ou tem passado por fortes tentações. Se houver, ore por essas pessoas com imposição de mãos, ministrando-lhes firmeza espiritual e repreendendo espíritos de engano.

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